15 de jul. de 2006

Rotatividade...

Mundo diversificado pela monstruosidade intelectual dos poucos que sabem ler. Regurgitado em periódicos velhos e tão tolos quanto os anteriores, que nada informavam sobre o absoluto nada. Interessante apenas observá-los, claro que a uma distância segura, como se fosse uma bomba. Tolices também são armas e devem ser tratadas como tais.
Segurava uma pilha de nervos quando me ofereceram um prato de sopa. Recusei por costume. Nunca se deve aceitar o primeiro prato de sopa que lhe oferecem, uma das poucas coisas que aprendi na minha vida. Sem ter o que fazer com os nervos que carregava (e que causavam um certo espanto aqueles que trafegavam pela mesma rua que eu), resolvi escondê-los em um lugar seco e protegido do calor.
Aquela tarde tinha um cheiro de noite chuvosa. “Como saber o cheiro de uma noite chuvosa?”; você me indaga. Eu digo apenas o que meu velho dizia “existem tantas coisas que sei sem saber, que não faz sentido em querer saber o que sei”. Eu na verdade nunca parei para pensar no sentido dessa frase, mas serve para deixá-los confusos e assim eu deixo de ser indagado. Segunda coisa que aprendi na vida, nunca deixe ser questionado, sempre questione antes, desarmando o inimigo você o deixa em uma situação tão baixa quanto a que você se encontra, só que eles não estão acostumados.
Adaptado ao meu novo mundo real (virtualmente falando), corri para pegar um ônibus. Lotado. Deixava minha perna roçar nas coxas da loira que ao meu lado estava, ela me olhava com desprezo e eu retribuía com um sorriso anêmico. Isso a desarmava, talvez pensasse que eu não fazia por gosto. Um ônibus lotado é algo realmente “não natural” diga-se de passagem. Duas paradas antes da minha, a loira sumiu no meio dos “homens sardinha” e talvez seria melhor que ela esperasse para descer no supermercado (todos sabem que no supermercado o ônibus esvazia). Apenas 3 paradas dali. Uma caminhada tranqüila. Se a preocupação da moça era minha perna, ela ganhou outros motivos para se preocupar no meio dos “homens sardinha”. Pobre mulher. Deveria estar com pressa, não sei. Aprendo a não julgar (antes do período apropriado é claro). O ônibus pára. Todos estão descendo, cardumes seguem a queda d’água.
Desço no supermercado e compro nervos.

1 de jul. de 2006

Monotonia...

Desiste dos teus conceitos absurdos sobre sadomasoquistas europeus que concedem entrevistas por trocados e se auto intitulam “motivadores”, trabalhando “pró-sistema” e enclausurados por materiais incompreensíveis e falhos. Gritam ordens em operações distintas sobre qualquer teorema recém criado e portanto não questionado. Questione-se, vale a pena estar no meio dessa floresta melancólica em que sua sombra se confunde com outras tantas e não estando mais apto a reconhecê-la?
Meus dedos fedem a cigarro, meus dentes trincados pelas garrafas da noite anterior, um gosto de cerveja envelhecida persiste em perdurar. Tanta monotonia realmente transforma a vida num saco...extenuante..realmente...um saco... Mas me alegro, tem reunião dos meus vários “eu’s”, estamos a decidir qual caminho devemos seguir, planos para hoje, palestra motivadora de Carlos Alberto Parreira ou discussão sobre a queda da bolsa..realmente e francamente...um saco!!! Enquanto isso, a garota que curtia ficava com outro enquanto outro “eu” perdido e não-contribuinte, tropeçava em sua língua..se ao menos servisse para pegar moscas....