14 de mar. de 2007

Um dia no hospital

Entrei naquele hospital.. algo no ar, cheiro de álcool e desinfetante ligam-me à morte. Não existe lugar mais deprimente que um hospital, ou pelo menos, não existe lugar que consiga me deprimir mais que um hospital.
Por motivos de saúde de um parente, estava preso naquele maldito portão dos males obrigatórios. Estava mal acompanhado, eu digo isso pelo simples fato de perceber as companhias sentadas ao meu lado; a vida é frágil.. Difícil lembrar disso quando se tem 20 anos e se reclama porque alguma fulana de tal o largou por outro cara que tinha um carro, emprego e um cacete de 20 centímetros...
Esqueci um pouco de sentir um desconforto quando eu fiquei realmente.. extremamente.. desconfortável. Uma menina, não mais velha que eu. Cabelos escuros, pele branca e mesmo com o rosto vermelho de choro era impressionantemente bonita. O médico estava ao seu lado de pé; ela sentada ouvia num desespero controlado pela sua exaustão que iria morrer e nada poderia ser feito.. Não digo em 10 anos ou uma filosofia barata de "todo mundo morre um dia", ela ia morrer, e logo. Me esforcei para conter lágrimas alheias, um completo desconhecido, talvez, fragilizado pelo momento.. nunca irei saber.. e eu pensava que eu tinha problemas.. agora penso em egoísmo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Éééé... A vida é uma puta traiçoeira. E isso é triste pra caralho.

Por isso que eu bebo.