18 de set. de 2007

Sensorial

São curiosas algumas associações que fazemos por instinto, algumas palavras parecem exalar em sua sonoridade um gosto, uma forma, etc. Quando eu era pequeno tinha uma estranha atração pela palavra alpiste. Não sei explicar o motivo, só sei que pra mim alpiste por assim se chamar deveria ter um gosto bom, muito bom, diga-se de passagem e com certeza seria parecido com um Baconzitos. Eu sabia que era comida de passarinho mas gostava daquela ilusão que pra mim era bastante real. Confesso que me doeu quando finalmente atentei que por mais que eu quisesse, alpiste nunca seria bom de comer e nem se pareceria com Baconzitos. Hoje, nem me preocupo, enjoei de tanto comer o Baconzitos.
O conjunto palavra escrita, símbolo e objeto são bem fortes na nossa construção de Mundo. Porém a repetição de uma palavra faz com que essa perca o sentido. Sapato, Sa - pa - to, Sa, pa, to, sápato, sapatô, sapáto. Como é mesmo? Na verdade não há sentido em sapatos, calças, óculos, hastes. Prince resolveu ser um símbolo, eu quero ser chamado de Guinu e meu casaco é caquicó, nada mais que símbolos, signos inventados. Somos a invenção de nossa raça, somos invenção da invenção de um criador. Criador? Ele criou a dor. Agora me lembro do Tavo que tatuou palavra no braço, ou teria sido palavrá, arvalap, overlap, plic-plac...
Eu não acredito em Feng Shui, ou melhor, sequer conheço profundamente para desacreditar ou não. Sabe sou daqueles que segue a filosofia do ódio consciente, só odeie o que conhecer profundamente. Bom a questão é que o uniforme amarelo com detalhes vermelhos da Romênia na Copa de 94 me dava uma fome do cão! E os nomes tinham um que de comida exótica, Dumitrescu, Popescu, Hagi, que larica! Nomes, nomes são bacanas, nomes me faziam torcer! Sempre fui fã do Camanducaia e do Casiraghi, o primeiro era tosco, mas corria e tinha esse nome fantástico. Hoje, é ex-jogador em atividade, tem idade pra ser meu avô. Já o Casiraghi se aposentou antes que o meu primeiro dente-de-leite caísse, ele jogava na Lazio, time de Mussolini, bela referência. Bom mesmo era comer Lolo, vou tatuar Lolo no meu braço. Não, sou contra tatuagens! Como não tem Lolo, vou de Milkybar.

2 comentários:

Edison Rodrigues disse...

aquela música era amaciante de língua também "tô fraco, tô fraco, tô fraco, tô fraco, tô fraco, tô fraco, tô fraco, tô fraaaco!"

mas nunca gostei de baconzitos e a camisa da Romênia não me dava fome.. e preferia o Bebeto q o Romário!!! hehehe..NÃO DEIZE O DI PROFUNDIS MORRER! já q o chefe fugiu para as bermudas para ficar balançando bandeirinhas por ae..boooh..guerra

Edison Rodrigues disse...

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