1 de jun. de 2007

Homens

Bicho incompreendido, incompreensível e que não entende o que se passa. O mais sagrado para um macho humano é sua genitora. Nosso sonho máximo seria certo dia descobrir que nossa mãe é virgem, que a gravidez tenha sido obra do Espírito Santo.
Nós peludos esquecemos ou conscientemente nos enganamos ao glorificar nossas ascendentes. Apagamos de nossa mente a possibilidade de lembrar, que antes de nascermos, nossas mães não eram nem um pouco diferentes da guriazinha que nos deu bye-bye, por que acaba de conhecer um lindo e simpático garoto, que é ainda mais simpático por que segura uma chave e anda com dificuldade por que sua calça pesa com a carteira abarrotada.
Na Grécia o bissexualismo não só era aceito como era obrigação. Hoje não amamos homens. Nem mesmo nossos pais. Afinal, somo machos, muito machos. Não choramos, não temos fraquezas, encaramos tudo.
Nossa virilidade entra no prumo nos estádios de futebol. Atrás do gol, trago, fumo, coca, bala e alento. Todos abraçados. Torcendo por uma instituição, um time, o time. Notem bem "O", artigo masculino. Amamos O TIME. É a nossa forma abichornada de sermos homens, machos, feras. Os valores já estão por demais equivocados. Machos até a encochada na torcida organizada. Amor nunca. Só, talvez, pela reencarnação de Maria, que nos gerou. Bichos escrotos, pança de mamute. Temos como ser mais patéticos ? Acho que não !
Brigado Medina Reyes. Pois escrevestes as maiores verdades da maneira mais dura e cínica possível.

4 comentários:

Anônimo disse...

Medina-Reyes me lembra um certo livro.*assobia*

Cuevas disse...

Patéticos e adoráveis. Isso mesmo.

Anônimo disse...

Eu me pergunto como as mulheres ainda gostam de nós. Se eu fosse mulher, ia acabar virando sapatão (e não, isso não é pra dizer "porra, eu sou macho pra caralho, tá ligado?"; é verdade mesmo) (se bem que, se alguém não quiser acreditar, ponha-se a gosto; não tenho que provar nada pra ninguém mesmo) (lero-lero, bobões).

Cuevas disse...

Eu também já pensei em ser, mas pra ser tem que ter gosto pela coisa. E meu gosto é por outra coisa que por menor que seja, faz falta.