1 de jul. de 2007

Gorilas e médicos

Bato com as costas na merda da parede de tijolos. Dessa vez senti que foi um pouco mais sério que o normal. Sempre bato ali com alguma parte do corpo.. dessa vez ouvi um estalo estranho. Deveria ir ver um médico, mas nunca vejo médicos. Quando eu atropelar algum por aí eu peço para examinar meus pulsos, joelhos e costelas.. mas ainda não é urgente.
Bebi. Bebi pra cacete. Não peguei ninguém.. hoje foi um dia normal. Nenhuma morena gata deu pra mim hoje. Um dia normal.

Bolas inchadas.

Procuro as chaves.. eu não encontro as merdas das chaves!!

Vou para a varanda, a rede imunda ainda está lá. Deito.. minto.. desmaio.

Morena com olhos verdes dança em meu colo. Grandes tetas! Grandes tetas mulher!!! Inexplicavelmente estou com sede. Saio da transação e caminho calmamente para a cozinha. Meu cachorro rosna para mim. Eu jogo água nele. Ele foge.

Maldito.

Vou atrás do cachorro. Ele tem três patas. No restante está O.K. O mando para dentro. Não bebi a água. Volto para a transação. Ou intento voltar. Ninguém lá.
Saio na rua. Com o pau para fora cumprimentando as pessoas. Elas não se importam, não protestam. Compro um jornal (de onde diabos saiu o dinheiro?!). Procuro notícias do Grêmio.

Nada demais.

Entro num colégio. Decido colocar uma calça.

Estou um pouco mais moço sem a barba mal feita.

Ela está lá. Fudidamente linda. Alguém passa com o rádio no volume máximo na rua da frente "You really got me now. You really got me!". Eu a beijo (quase um ataque), ela não reclama. Eu saio, um fodão no meio do colégio, sem camisa, mais moço, acabei de pegar a guria mais cobiçada (por mim).

Avisto outra. Morena, lábios carnudos e rosados.. grávida!!

Eu me escondo no banheiro. Acendo um cigarro. Saio.

Compro uma caixa de fitas cassetes.

Volto para casa. Meu cachorro com suas quatro patas rosna para mim.
Observo o corredor. Escuro. Eu fico paralisado. Não consigo me mexer. Eu tento, não me mexo.
Eu forço, não me mexo.

A escuridão me engole.

Acordo. Ressaca e fungando. Maldito resfriado. Desço da rede. Acho as chaves no bolso do casaco. Entro, deito, tento dormir mas as paredes não ficam paradas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Essas paredes dançantes são uma bosta.