1 de ago. de 2007

C-3

É impossível escapar do paradoxo destino/acaso, quem nunca pensou nisso, quem nunca se introjetou nesses pensamentos? Mas aquele abraço fraterno, aquele encontro surpreendente, aquele carinho inesperado de onde vieram? Combinado não foi, é claro. Mas seria realmente obra de algo maior, não sei, provavelmente não. Isso somos nós que precisamos justificar tudo, criar um sentido na rotina que passa e nos leva sem paradas ao fim que não desejamos.
Maior do que isso, é tentar descobrir o que afinal é vida. Tudo parece tão inadequado. Então, o que é vida? O que é viver bem? Diante da letargia me parece que só queremos afeto e, é isso que buscamos, por vezes de forma bem inquietante, numa antítese do que queremos. Quando os dias se tornam cinzas é impossível diferenciar o bem do mal, é difícil pensar, reagir, atacar, etc.
Por vezes me sinto um passageiro de mim mesmo, de minha existência que no momento parece sem sentido. Nada vem para motivar, nada melhora nem piora, simplesmente não muda. Tudo é igual, indiferente para mim. Assim vou, me acordo mesmo não querendo, levanto, vou trabalhar, estou aqui, volto pra lá, vou pra casa, evito sair, sair pra quê? Janto, não sinto gosto, engulo como quem come papel. Monossilabo um pouquinho para manter as aparências. Até sermão dos mudos ouço. É, não tem como ficar pior, durmo, não me acordem...

Um comentário:

Anônimo disse...

Acorda, Rodrigo, vamos tomar um trago.